Tradição há 40 anos, fiéis lavam escadaria da Catedral de Campinas como símbolo de luta contra intolerância religiosa

  • 19/04/2025
(Foto: Reprodução)
Cerimônia reuniu cerca de 5 mil pessoas neste sábado (19). Praticantes de religiões de matriz africana honraram memória de negros escravizados e fizeram homenagens à Nossa Senhora da Conceição. Cerimônia de lavagem da escadaria da Catedral acontece há 40 anos em Campinas Há 40 anos, religiosos vestidos de branco lavam cada degrau da escadaria da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição, em Campinas (SP). A cerimônia acontece todos os anos no Sábado de Aleluia, véspera da Páscoa. O ritual é uma tradição das comunidades do Candomblé e de outras religiões de matriz africana na metrópole. O objetivo é honrar a memória do povo Bantus, etnia da qual a maior parte dos negros escravizados trazidos ao Brasil fazia parte, além de homenagear Nossa Senhora da Conceição. A EPTV, emissora afiliada da TV Globo, acompanhou a edição comemorativa deste sábado (19), que reuniu cerca de 5 mil fiéis. Além da religiosidade, a celebração é um símbolo da resistência negra e do combate à intolerância religiosa e ao racismo. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp 🧹 Como funciona o ritual? Tudo começa com um cortejo pela manhã, que sai da Estação Cultura. Os fiéis descem a Rua 13 de Maio até chegarem à praça da Catedral. Na escadaria, os religiosos derramam água de cheiro "aos pés de Nossa Senhora da Conceição" e esfregam cada degrau com vassouras. Mãe Dango, uma das fundadoras dessa celebração, explica que a água de cheiro representa a energia e, com ela, os fiéis "pedem licença à Nossa Senhora da Conceição para saudar os nossos ancestrais". A líder também ressalta que a celebração une praticantes de diferentes religiões com origem africana. "Em Campinas, as igrejas foram construídas por escravos. Nada mais justo do que botar água de cheiro nos pés de Nossa Senhora da Conceição e resistir", explica. Nós somos diferentes, mas somos muito iguais, porque todos temos um pedacinho de África em nós. Então, a lavagem da escadaria é cultura, resistência, união e fé. Os religiosos não são os únicos a participarem da festa. O ritual também atrai espectadores da cidade que acompanham de perto o cortejo, a lavagem e as atrações culturais. "É uma forma da gente valorizar a cultura afro-brasileira, que é tão discriminada no nosso país, e de valorizar os terreiros e as religiões de matriz africana", conta a pedagoga Renata Daniel. O assessor sindical Giovani da Silva, que acompanhou a festa, ressalta que esse é um momento de "muito axé e força espiritual" para quem pratica a religião. "A nossa ancestralidade está presente", diz. Ana Palmira, aposentada, também estava no local e percebe a festa como um ato de resistência que propaga a cultura. "Eu acho fantástico que a gente possa ter isso em nossa cidade", explica. "Independente da religião, a gente vê que [o ritual] é uma coisa pura, que o pessoal gosta e participa. Eu acho muito bonito o que eles fazem. Pena que é uma vez só por ano", finaliza Isa Dantas, que também acompanhava a lavagem. 40 anos do ritual de lavagem da escadaria da Catedral de Campinas (SP) VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/04/19/tradicao-ha-40-anos-fieis-lavam-escadaria-da-catedral-de-campinas-como-simbolo-de-luta-contra-intolerancia-religiosa.ghtml


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