Polícia Civil abre inquérito para investigar caso de racismo sofrido por filho do rapper Rael em supermercado de São Paulo

  • 21/12/2024
(Foto: Reprodução)
Delegacia apura 'crime de discriminação ou preconceito' cometido contra criança por seguranças do Pão de Açúcar. Garoto de 12 anos pagou pela compras, mas seguranças desconfiaram que ele furtou algo e o obrigaram abrir mochila. Mercado pediu desculpas. Rapper Rael usou rede social para denunciar racismo contra seu filho no Pão de Açúcar Reprodução/Arquivo pessoal A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso de racismo sofrido no início desse mês pelo filho do rapper Rael no supermercado Pão de Açúcar, na Aclimação, região central de São Paulo. A informação foi confirmada neste sábado (21) ao g1 pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Segundo a pasta, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) "apura o crime de discriminação ou preconceito." Em 4 de dezembro o artista havia gravado um vídeo e postado na sua página denunciando o que aconteceu com seu filho de 12 anos. Ele contou que naquele mesmo dia a criança foi sozinha ao mercado fazer compras. E que, apesar de pagar pelos produtos que pegou, os seguranças do Pão de Açúcar desconfiaram que ele furtou algo. E o abordaram, obrigando a abrir a mochila. Os funcionários não comprovaram as suspeitas contra o garoto e o liberam. Depois ele contou o constrangimento e humilhação que sofreu para os pais. Rael chegou a dizer à época: "quero uma posição do Pão de Açúcar". Na sexta-feira (20), o rapper voltou ao falar do caso ao publicar um comunicado no Instagram informando que "hoje, em respeito às tantas manifestações de apoio e preocupação que recebi naquele momento, venho dividir que foi aberto um inquérito para apuração do caso no âmbito criminal". "Quero dizer também que me sensibilizo com os muitos relatos que ouvi de pessoas agredidas física e psicologicamente em redes de supermercado em situação semelhante, em sua maioria negras como meu filho. O estabelecimento reconheceu que a abordagem foi indevida, e eu encerro aqui desejando que esse episódio lamentável sirva ao menos como um exemplo de que é uma longa caminhada, mas juntos podemos avançar", escreveu Rael. Comunicado postado por Rael sobre o racismo contra seu filho Reprodução/Arquivo pessoal Procurada pelo g1 para comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de intolerância (Decradi) investiga o caso. "O inquérito policial foi instaurado após requerimento do advogado da vítima. Diligências estão em andamento visando o esclarecimento dos fatos para a devida responsabilização", informa outro trecho do comunicado da SSP. Por meio de nota enviada ao g1, o Pão de Açúcar pediu desculpas para a família de Rael. "A rede repudia veementemente quaisquer atitudes discriminatórias, reafirmando o respeito e a inclusão como valores e compromissos inegociáveis, em conformidade com seu Código de Ética e sua Política de Diversidade, Inclusão e Direitos Humanos. Sobre o relato envolvendo o filho do MC Rael, assim que tivemos conhecimento do ocorrido, iniciamos um processo rigoroso de apuração interna e adotamos as medidas cabíveis frente ao descumprimento de nossas orientações de conduta. Além disso, em contato com a família, nos desculpamos e firmamos um acordo formal, demonstrando nosso compromisso em tratar o caso com a seriedade necessária e em buscar a reparação adequada, com o reforço de ações internas de conscientização e letramento do time no tema de combate ao racismo", informa o comunicado do supermercado.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/12/21/policia-civil-abre-inquerito-para-investigar-caso-de-racismo-sofrido-por-filho-do-rapper-rael-em-supermercado-de-sao-paulo.ghtml


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