Febre amarela: Saúde reforça vacinação na região após morte de macaco em Pinhalzinho; entenda
13/01/2025
Secretaria de Estado envia 75 mil doses para 18 cidades, e monitora área onde primata foi encontrado. Animais também são vítimas da doença, e indicam a circulação do vírus na área de mata. Com macaco vítima de febre amarela em Pinhalzinho, estado envia 75 mil doses para a região
A morte de um macaco por febre amarela na zona rural de Pinhalzinho (SP) fez com que a Secretaria de Estado da Saúde enviasse 75 mil doses da vacina para reforçar a imunização da população em 18 cidades da região de Campinas (SP) - veja relação abaixo.
O primata foi localizado morto em 30 de dezembro de 2024, e encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz, que confirmou a infecção. Assim como os humanos, os macacos são vítimas da doença.
Eles atuam como sentinelas, sendo os primeiros a serem picados e adoecerem, e servem como referência da circulação do vírus naquela área.
Nesta terça (14), técnicos da Vigilância Epidemiológica de Campinas estarão em Pinhalzinho para inspecionar a área onde o macaco foi encontrado.
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Não há registro de febre amarela urbana no Brasil desde 1942. Mas ainda há circulação do vírus em algumas áreas de mata.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a região teve dois casos de febre amarela confirmados em 2024, sendo um contraído no próprio estado e outro importado, em que a vítima morreu - o homem de 50 anos, morador de Águas de Lindóia, acabou infectado quando se deslocava pela região de Monte Sião75, em Minas Gerais.
Não houve registro de casos de febre amarela na região de Campinas entre 2020 e 2023. Em 2018, foram 121 infectados e 42 óbitos.
Vacina contra febre amarela
Divulgação
Vacinação
A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário de vacinação e está disponível no SUS. Desde 2020, o Ministério da Saúde atualizou a recomendação da vacinação com o seguinte esquema:
💉 Quantidade de doses
Crianças: 1 dose com 9 meses e 1 dose de reforço aos 4 anos de idade.
A partir de 5 anos, adolescentes, adultos e idosos: somente uma dose. Quem não tiver comprovante ou certeza de que já recebeu o imunizante, deve receber nova vacina.
Das 42 cidades que fazem parte do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7), 18 delas receberão as 75 mil doses do estado. São elas:
Águas de Lindóia
Amparo
Atibaia
Bom Jesus dos Perdões
Bragança Paulista
Jarinu
Joanópolis
Lindóia
Monte Alegre do Sul
Morungaba
Nazaré Paulista
Pedra Bela
Pinhalzinho
Piracaia
Serra Negra
Socorro
Tuiuti
Vargem
Quem vai viajar para espaços rurais, regiões de contato com mata ou áreas silvestres deve tomar a vacina pelo menos dez dias antes.
Macacos bugios encontrados mortos na USP Ribeirão foram infectados com o vírus da febre amarela
Reprodução/EPTV
O que é a febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Ela possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes.
Nas cidades, a doença pode ser transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti.
Os sintomas iniciais da febre amarela são:
febre
calafrios
dor de cabeça intensa
dores nas costas
dores no corpo em geral
náuseas e vômitos
fadiga e fraqueza
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver sintomas como:
febre alta
icterícia
hemorragia
eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
Tratamento
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização deve permanecer em repouso.
Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito.
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